ROTEIRO APRESENTAÇÃO DA 5ª NOITE CULTURAL
SERTÃO E SABER
ABERTURA: VÍDEO COM A MÚSICA LUAR DO SERTÃO
1. ACOLHIDA: ERIVALDO
1. INTRODUÇÃO: A cultura, em todos os seus aspectos, tem como resultado fortalecer a identidade pessoal e social do indivíduo, bem como de integrá-lo em sua família e em sua comunidade. Assim, tendo em vista a importância da formação cultural para os alunos é que a nossa escola colocou ao alcance dos estudantes, materiais que lhes permitam exercer a criatividade e a produção do conhecimento de suas raízes.
Hoje, com muita satisfação estamos aqui para concretizar esse aprendizado através da 5ª noite cultural e festejar juntos: alunos, professores, gestores e comunidade. Agora daremos início às nossas apresentações com um cordel que narra todo esse evento, pela professora Suely Teixeira.
Cordel livre para abertura da Noite Cultural da Escola José Martins Rodrigues
Boa noite pessoal
Que bom encontrar vocês
Nessa noite cultural
Já somos até freguês
Hoje com maior prazer
Vendo a arte florescer
Pois agora é nossa vez
Hoje estamos aqui
Pedindo licença a Língua
Pois o nosso linguajar
Precisa de muita rima
Mãe farta de adereços
Conceda-me escorregar
Nessas estrofes meninas
Todos nós aqui sabemos
Que o nordeste é rico
Em cultura popular
Não há quem lhe tire o tito
Por isso nossa homenagem
Traz hoje essa bagagem
Com graça e muito afinco
Lembraremos nesta noite de
De Beato e Lampião
Um era rezador
Outro dominava o sertão
Um acolhia o povo
Outro fazia justiça com a mão
Antônio conselheiro
Nasceu em Quixeramobim
Tinha consigo o desejo
De um mundo menos ruim
Por isso fundou Canudos
Pra tirania ter fim
Infelizmente seu sonho
O governo deu-lhe fim
Lampião quase menino
Viu sua vida se transformar
Um instinto assassino
Passou a lhe devorar
Quando viu seu pai por terra
Seu destino era matar
Mas lampião também
Era um justiceiro sem igual
Pois fazia justiça aos pobres
Com a ponta do punhal
Protegia os humildes
Castigava os que eram mal
Lembraremos de Luiz Gonzaga
Nosso grande Gonzagão
Que com Humberto Teixeira
Eternizaram o Baião
Nosso ritmo espalhado
Fora e dentro da nação
Luiz Gonzaga foi o Rei
Na sanfona e na voz
Porém Humberto Teixeira
Com a sua mão veloz
Escrevia Asa Branca,
Assum Preto para nós
Foi ele quem escreveu
Xanduzinha, Vai Saudade
Paraiba, mulher macho
E Respeita Januário
Traduzida em várias línguas
Pura musicalidade
Não podemos esquecer
Nosso expoente maior
Pois na arte do repente
Cego Aderaldo era só
Quem pelejava com ele
Podia se preparar
Pra sua língua da nó
É conhecida a peleja
De Aderaldo e Zé Pretinho
Donde lá no Piauí
Precisamente em varzinha
Derrotou sem mais delongas
O opositor respeitado
Só com sua rabequinha
A Sabedoria empírica
A crença , a devoção
São valores culturais
Encravados no sertão
Benzedeiras e rezadeiras
Deixam o nosso povo são
O Vaqueiro do nordeste
É figura singular
Pela mata da Caatinga
Vive do gado a cuidar
Aboiando o seu canto
Para o gado organizar
Em seu cavalo valente
Enfrenta espinhos e dor
Não desanima e contente
Segue a lida com amor
Do gado é um escravo
Do patrão é servidor.
Hoje o povo vive a dizer
Que o vaqueiro já trocou
Seu cavalo por uma moto
Não é verdade meu senhor
Pois vaqueiro de verdade
Não deixa de transpor gado
Em matas brenhosa e crua
Onde a moto se entrar
O pneu logo se fura
Estudante JMR
Preciosas pedras são
Pois não mediram esforços
Pra esta noite não ser em vão
Pesquisas e conhecimentos
Trouxeram no matulão
Do Pólo do Sabonete
Embolada popular
Um dicionário criou-se
Só com o nosso linguajar
Palavras que só nos mostra
Forma e modo de pensar
Através de um cordel
Sua história vem contar
Sua origem sua gente
Seu galão e seu pescar
E aos “mestres” com carinho
Quero aqui a agradecer
Pois num esforço conjunto
Fizeram acontecer
Simpósio palestra eventos
Que nos fez enobrecer.
Obrigada amada língua
Por deixar eu me soltar
E com muita humildade
Nesse simples veserjar
Falar um pouco de tudo
Desta noite “culturá”.
S.T.
Quixadá -Ceará
Vídeo para apresentar todas as atividade que antecederam à Noite Cultural Sertão e saber com música “Tem que ser nordestino pra saber dá valor ao Nordeste brasileiro” de Eudes Fraga. (A postar)
2. O sertão apresenta personagens singulares de sua cultura que, aos poucos, estão se perdendo em meio à modernidade. Cada uma possui sua singularidade que a torna inesquecível. Com nossas crenças e tradições. As mulheres sempre estiveram e estarão presentes nessa história, seja para ajudar a novas vidas virem ao mundo como o fizeram as parteiras ou para curar os males como as benzedeiras. Todas essas figuras de extrema importância para a nossa história. As parteiras eram aquelas que estavam prontas a atender qualquer parturiente, seja há qual hora fosse. Agora, para homenagear essas figuras importantes chamaremos os alunos da professora Juliana com o cordel "Parteira: uma figura feminina no sertão "
MÚSICA - A Morte do Vaqueiro. Composição: Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho
1. Ao mencionar o sertão não podemos deixar de citar uma figura também muito importante que é o herói do sertanejo: O Vaqueiro. Valente, destemido, guerreiro. Personagem muito importante no desenvolvimento da economia cearense no início da colonização. Hoje é considerado uma figura quase lendária e em extinção. No sertão nordestino já não é visto com tanta frequência. Em muitos lugares o cavalo foi substituído por uma moto e indumentária (gibão de couro) por camisa e calça jeans. Para representar esse herói chamaremos novamente os alunos da professora Juliana com a Dança: "Vaqueiro: figura lendária do sertão nordestino"
MÚSICA COM IMAGEM DO CEGO ADERALDO
2. “Meus prantos se enxugaram.
Das lágrimas que corriam
Chegou-me a poesia
E eu me consolei.
Sem pai, sem mãe, sem Vista,
Meus olhos se apagaram;
Tristonhos se fecharam
E eu nunca mais chorei”
(Cego Aderaldo)
2. Por falar em mito, herói e nordestino, não podemos deixar de citar esse poeta tão importante para nós quixadaenses e para isso contaremos com a apresentação das alunas do professor Henrique Jorge com a Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum: QUEM A PACA CARA COMPRA PACA CARA PAGARÁ.
MÚSICA SOBRE O ABC DO SERTÃO
1. Para não perder o embalo da melodia das palavras e nos deliciarmos com o linguajar do sertão chamaremos Eloíza, aluna das professoras Lucivanda e Valdiana, com uma embolada retratando o dicionário cearês.
APRESENTAÇÃO DA EMBOLADA
MÚSICA SOBRE PESCADOR
2. Conhecer as nossas raízes é importante para o reconhecimento de si mesmo e dos laços familiares. Tendo em vista essa importância os alunos da professora Elenilce: Isabel, Raylane e Wellington apresentarão um cordel: “Vamos jogar nossas tarrafas e galões”.
MÚSICA SOBRE ANTONIO CONSELHEIRO (Súplica cearense)
1. A chuva sempre foi e é uma das dádivas para o nordestino. Muitos poetas versaram e cantaram sobre esse fenômeno. Até mesmo se fez profecias. Para relembrarmos da mais significativa dessa profecia chamaremos os alunos da professora Juliana: Andressa, Clara, Cirly Mara, Enéas, Fernanda, Pâmela, Wcleiton e Talita, com a Encenação: "A profecia do beato que dizia que o sertão vai virar mar”.
1. ENCERRAMENTO: Bem, estamos concluindo nossas apresentações, e gostaríamos de parabenizar e agradecer a todos que participaram dessa linda festa e também aos que estão presentes apreciando esse evento... (toca uma música de casamento matuto) Mas o que é isso? Vai ter casamento? Quem é o noivo?
INICIA O CASAMENTO...
Casamento Matuto por Elionete Barbosa
O PAI DA NOIVA ENTRA GRITANDO COM UMA ESPINGARDA EM UMA MÃO E O NOIVO NA OUTRA
__É ESSE CABRA DA PESTE QUE FEZ MÁR PARA MINHA SANTINHA...
ENTRA A NOIVA GRÁVIDA E COM CARA DE CHORO
__OU OCÊ CASA...OU OCÊ MORRE! O QUE VAI SERRR? (O pai da noiva)
__ORA SEU João Cospe Fogo EU SEMPRE SONHEI EM CASÁ...NUM PENSO EM OTA COISA...(Noivo)
__ENTÃO PODE ENTRAR, SEU PADRE. NÃO VAI TER ESTREMUNÇÃO...VAI TER UNIÃO... (PAI DA NOIVA)
O PADRE INICIA O CASAMENTO
__Senhor Zeca Rabo de Burro (O PADRE BEBE UM POUCO DE CACHAÇA) É DI LIVRE I ISPONTANHA VONTADE que VOSMICÊ ACEITA a senhorita Maria Pinga Fogo filha de João Cospe Fogo COMO SUA LIGÍTIMA ESPOSA?
__É... ACEITO... DI LIVRI I ISPONTÂNHEA PRESSÃO... (NOIVO)
__ÓIA AÍ PAI... (CHORANDO A NOIVA)
__O QUÊ SEU DISINFILIZ?(PAI DA NOIVA MOSTRA A ESPINGARDA)
__NADA AMOR... TAVA SÓ BRINCANDO... NÉ SOGRINHO... (O NOIVO DIZ SUANDO, ESPREMENDO UM PANO MOLHADO...)___ACEITO
O PADRE CONTINUA O CASAMENTO
__SI ARGUÉM TEM ALGUMA COISA QUI IMPATI ESSI CASAMENTO... FALE AGORA OU SE CALE PRA SEMPRE... (O PADRE BEBE MAIS UM POUCO DE CACHAÇA)
ENTRA ALGUMAS MULHERES COM FILHOS DO NOIVO
__ESSE HOMI É O PAI DUS MEUS FIO
__NÃO. ELE É MEU MARIDO...
ENTÃO AS MULHERES COMEÇAM A BRIGAR, INCLUINDO A NOIVA
O NOIVO APROVEITA A BRIGA E FOGE COM UMA CAIPIRA QUE ESTÁ PERTO DO ALTAR...
ASSIM TERMINA O CASÓRIO...TODAS MULHERES CHORANDO E O PAI DA NOIVA CONSOLANDO ELA E CULPANDO A MÃE DA NOIVA POR NÃO TER ENSINADO A FILHA A ARRANJAR UM MARIDO...
(APÓS O CASAMENTO)
2. E agora depois de tanta confusão e nenhum casamento vamos para a festa ver a quadrilha organizada pelo professor Lucas.
MÚSICA DE QUADRILHA
Agradecimentos especiais a todos os profissionais que participaram e contribuíram para a realização desse evento.